A última vez que vi o Felipe foi num domingo de jogo do sagrado Cruzeiro na televisão. Ele apareceu inopinadamente na sala e perguntou "Quanto tá o jogo?" e eu respondi "Estamos perdendo." e ele replicou "Há então nem vou ver não, vou fumar um cigarro lá fora." e foi embora. Não me lembro mais contra quem foi o jogo. Que me importa? Mas eu me lembro da derrota, inevitável, naquela tarde cinza. Perdemos o jogo. Pouco tempo depois perderíamos o Felipe também, aos 22 anos, vítima de um "acidente de trabalho" na Usimec. A velha turma do pó da qual eu não fazia parte, mas era um observador perdeu um de seus membros, porque perder é uma realidade dolorosa e é preciso tempo para aceitar que tudo acabou. Mas se de tudo fica um pouco, parafraseando Drummond, porque não ficaria um pouco do Felipe nos seus queridos amigos? No Victor, no Guto, no Nandão, no Bruno, no Charles, no Ronim, no Doug, no Alan ficou um pouco do Felipe. Ficou um pouco do Felipe na sua mãe, na sua namorada, na sua moto azul. Um pouco do Felipe no "vídeo de veado" que os meninos filmaram sob efeito do alcoól no terraço aqui de casa. Um pouco, mas o suficiente para ser eterno na memória dos seus "chegados".
Eu sinto muito, meu caro. Todos sentiremos muito sua falta. Descanse em paz, Felipão.
Como diria Shakespeare "O resto é silêncio".
Eu sinto muito, meu caro. Todos sentiremos muito sua falta. Descanse em paz, Felipão.
Como diria Shakespeare "O resto é silêncio".
Love In The Afternoon
(Composição: Renato Russo / Marcelo Bonfá / Dado Villa-Lobos)
É tão estranho, os bons morrem jovens
Assim parece ser quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia: - me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: - eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui, meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
dia de chuva, dia de sol
E o que sinto eu não sei dizer
- Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade
Até a próxima vez, é tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você e de tanta gente
Que se foi cedo demais
E cedo demais eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto eu não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano o verão acabou
Cedo demais.
Assim parece ser quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia: - me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: - eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui, meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
dia de chuva, dia de sol
E o que sinto eu não sei dizer
- Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade
Até a próxima vez, é tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você e de tanta gente
Que se foi cedo demais
E cedo demais eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto eu não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano o verão acabou
Cedo demais.
Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já ficou para trás. Cada hora do nosso passado pertence à morte.
Séneca
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