OS CAVALEIROS DO ZODÍACO

“Trate seus amigos como quando você faz o seu retrato: coloque-os sob a melhor luz.” Jennie Jerome Churchill, citada em “Frases Geniais”

A meus amigos e aos amigos de meus amigos 

O argentino Enrique Ernesto Febbraro criou o dia internacional do amigo, 20 de julho, em consideração a chegada do homem a lua, em 20 de julho de 1969. Febbraro via nesse “um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis.” Eis seu lema: “Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro.” A data escolhida pelo nosso amigo argentino paulatinamente pegou no mundo inteiro.

Lealdade e respeito são os guardiões da amizade genuína. Muitas vezes buscamos nos amigos o que não encontramos em nós mesmos: coragem, cultura, companhia. Em verdade existem diversos graus de amizade e múltiplas espécies de amigos. Certa vez ouvi a Xuxa dizer num programa: “Existem três tipos de pessoas: amigos, colegas e conhecidos.” Essa foi a coisa mais atraente que eu já ouvi a Xuxa falar depois de “Eu não sou fofa? Olha como eu sou fofa!” do filme Amor, Estranho Amor em que referindo-se a essa frase ela instiga um garoto de 12 anos a tocar-lhes os seios. Não se preocupe com o vulnerável ator mirim Marcelo Ribeiro, indignada leitora. Ele cresceu são e salvo e se tornou um bem sucedido ator pornô. Inclusive estrelou um filme homônimo versão adulta. E sim, rainha, você é mui f-o-f-a!

A amizade não deixa de ser um “estranho amor”. Ora, esse “amor que nunca morre” não está subjugado pelo peso do sangue nem pela atração da carne nem pelo interesse dos negócios. Por isso a amizade é um afeto puro, desviciado da obrigação familiar, do desejo sexual e do objetivo do lucro. Estranho, muito estranho uma força que prospera fora desse triangulo poderoso em nosso círculo humano. Eis a beleza e a mágica da amizade.

Esses 5 amigos são extraordinários!

Big Bang Theory: o gênio, o legal, a loira, o metralhadora russa, o indiano!

Amigos são essenciais e preciosos. A vida sem eles seria hostil, tediosa e incompleta. Tem aquele melhor amigo de infância que continua te chamando desesperadamente as 6:50 da manhã em algum lugar do passado para vocês irem para a escola porque já estão atrasados graças a você que ainda não terminou de pentear seus cabelos rebeldes. É o amigo que não vai te abandonar quando você se abandonar e o mundo te massacrar. Por isso, o melhor.

“Encontraram um anfíbio paleozóico no maxilar de um mastodonte Mesozóico... Como isso chegou aqui?”

Amigo mesmo é aquele que quando sua amiga romântica chega para você com aquele infeliz corte de cabelo tenebroso e pergunta: “Ficou bom, Thi?” Você é o único com coragem de dizer olhando dentro de seus olhos: “Ficou ótimo, meu bem. Você está linda.” 

 

Há os amigos virtuais de vanguarda, aquele músico maluco que te convida pelo MSN no meio de uma crise existencial para passar um tempo em sua casa na metrópole como forma de tratamento alternativo quando todos os antidepressivos falharam. Você vai e BH o salva. A Ela regressará com seu canudo de doutor. E ao amigo músico maluco que o chama de “poeta jurídico” sempre será agradecido.

Há o amigo-comigo-ninguém-pode que nunca te deixa naufragar. Ele te lembra que só as mulheres saem “só para curtir” e mesmo assim é “mentirinha”. Os homens saem para caçar. Somos predadores. Ao pé desse amigo nunca passaste fome embora graças a ele já tenhas te metido em cada furada! (Não raro é preciso perdoar os amigos.) Há o amigo-certinho-e-evangélico da faculdade. Ele te cobra a responsabilidade que é sua principal característica, te dá aquele apoio moral quando “uma irmã” te devasta e paga a empada de azeitona (sua favorita) em homenagem ao seu primeiro mês sem fumar depois de ter perdido sete quilos por isso.

“Nunca pré-julgue, Alan. Eu posso provar que danço melhor do que ela.”

Danny Crane e Alan Shore, amigos inseparáveis e ciumentos, dois advogados brilhantes, implacáveis e mulherengos, apesar da cena gay. Nela em questão Alan tinha acabado de ser abandonado pela namorada e se queixa dizendo que “Ninguém dança melhor do que ela.” Danny com complexo de superioridade universal discorda e para tentar animar o amigo o tira para dançar.

Também eu já carreguei a cruz dos amigos. O amigo que o pai espancava. Chamei a policia anonimamente e o ferrei. Outro que me confessou um dia “Lá em casa ou eu só almoço ou eu só janto.” E eu disse: “O véi, quando você não almoçar na sua casa pode almoçar na minha e quando almoçar na sua pode jantar na minha.” Esse passou a adolescência lá em casa e sumiu. Espero que onde quer que esteja agora possa estar fazendo duas refeições diárias além dos cafés, claro.

Existem outros tipos de amigos: amigo-da-onça, te trai quando você menos espera ou te abandona quando você mais precisa. Amigos-inimigos, passam a vida competindo entre si para ver quem é o melhor seja no que for. Amigo-zumbi, não faz nada se não for instigado: “Oh, vamos passar ai de carro daqui a meia hora pra te buscar, toma banho, porra. Sair! Sabado! cerveja! mulher! Meia hora! Banho! Cambio e desligo.” Amigos-com-benefícios, ou seja, amigas. Amigos-de-conveniência ou de mercado ou descartáveis, não são amigos. Amigos imaginários: geralmente são coelhos sinistros, sarcásticos e sanguinários. Amigos-complexos, eu sou um deles. Amigos-perdidos, estão por ai segundo o espiritismo. Amigo-gambá, sem comentários ácidos. E finalmente amigo-filhinho: “Banca essa ai paizinho. Afinal, para que servem os amigos?”

Feliz dia do amigo atrasado, amigos. Obrigado pelos bons momentos e pelos maus também. Perdoai-me pelas ofensas, excessos e carências como eu vos perdoei. Vocês são poucos, raros e significam muito para mim. Eu queimaria o mundo por vocês (essa é minha maneira de dizer que lhes quero bem, mas isso é tão piegas e no fundo somente minha inveja da elegância é que me salva da brutalidade intrínseca).

Então, por mais vaidoso e egoísta que eu seja sempre contem comigo. Aquele abraço, cavaleiros do zodíaco.

Por: Thiago Castilho