NUNCA TE AMEI. EU SÓ QUERIA SEXO.
“Amor a gente faz com
quem ama. O resto é sexo.”. Quem nunca fez “sexo puro”, ou seja, o sexo sem
amor? Com efeito, sexo sem amor é só sexo e nada mais. É preciso ter um
conjunto complexo e rico de predicados para ser verdadeiramente amado e não
apenas uma qualidade como a beleza, por exemplo. A beleza atrai, mas não
mantém. Excita, mas não satisfaz. Porque ela é a aparência, mas não a essência.
Como homem eu poderia transar em potencial com qualquer mulher do mundo, mas eu
poderia amar qualquer uma só porque copulei com ela? A experiência me prova que
não. Aliás, eu não desejo ser rude, mas o amor é um “encanto misterioso” e o
sexo não passa de “prazer passageiro” quando feito sem a companhia do amor.
Digo isso porque na minha humilde opinião (e essa é uma teoria minha inspirada
em Drummond) “Amor é pensamento”. Drummond dizia isso: “Se o primeiro e o
último pensamento do dia for aquela pessoa, então é amor.”. Quem é o seu
primeiro e último pensamento do dia?
Agora eu te pergunto,
um ser humano adulto normal na casa dos 30 anos de idade, quantas relações
sexuais com diversos parceiros na vida já teve? (Eu sinceramente nem me lembro
da maioria. Minha memória é fraca como a carne.) Você continuou na pessoa
depois que saiu dela ou ela saiu de você? Se sim, é amor. Se não, só sexo.
Gabriel Garcia Marques tinha uma frase profunda sobre amor e sexo: “O sexo é o
consolo que nos resta quando o amor não nos alcança.” Já Wood Allen tem uma
frase engraçada a esse respeito: “O sexo alivia a tensão. O amor as cria.”. O problema
é que o sexo nada significa sem amor. Ninguém pensa em passar a vida e
construir uma família ao lado de alguém se não tiver amor. No máximo é forçado
pelas circunstancias, por pressão externa ou fraqueza de caráter a um casamento
de conveniência. Mas então já se sacrificou os atributos humanos mais
preciosos: liberdade, dignidade e felicidade. E eu te pergunto, o que resta sem
eles? Não é triste? Nem todos precisam se submeter a isso.
Assim, às vezes
pensamos que temos “histórias” com alguém e essas histórias são só nossas, não
significam nada para essa pessoa. Mas nosso ego inflado por vitórias viciadas
muitas vezes se nega a acreditar que essa “rejeição indiferente e real” seja
verdade. Mas existe uma maneira clara de provar isso para si mesmo por mais
burro que você seja. Basta lembrar-se das várias pessoas com quem se relacionou
sem amor. (Um garanhão sabe bem disso.) O que o sexo com elas significou senão
“alívio imediato”? Entendeu? O que elas significaram? Nada ou algo muito
próximo de nada. (Será isso que alguns sentem por você?) Às vezes, pensamos que
somos fodões e que usamos as pessoas e na verdade fomos usados por elas como
uma válvula de escape num momento crítico e nada mais como uma mulher que se
relaciona com um homem qualquer por não poder se relacionar com quem realmente
ama (o célebre “escapismo erótico”, o que não deixa de ser degradante). Sei
disso do tempo que eu fumava. Nunca fumei por prazer. Era uma “resposta trágica
a uma necessidade não atendida.”. (Agora imagina ter que reproduzir essa
experiência insatisfatória e infeliz por obrigação para sempre?).
Não sinto a menor falta
do cigarro. Não penso nele. Nunca o amei. Como poderia? É uma droga. Em suma: “Ei
meu bem... Nunca te amei. Eu só queria sexo. Beijinhos!!!”.
“O Pscyhology Today tem uma lista, escrita pela psicóloga Judith Orloff,
que destaca as diferenças entre paixão (ou desejo sexual) e amor segundo o seu
cérebro, caso você esteja em dúvida:
PAIXÃO (ou desejo, como quiser)
– Seu foco é a aparência e o corpo da pessoa
– Você tem interesse em transar com ela, mas não quer conversar
– Você prefere manter o relacionamento no nível fantasioso, não discutir
sentimentos reais
– Você sente vontade de ir embora logo depois do sexo em vez de dormir abraçado
ou tomar café da manhã no dia seguinte
– Vocês são amantes, não amigos
AMOR
– Você quer passar tempo com a pessoa
– Você passa horas conversando e não vê o tempo passar
– Você quer honestamente saber o que a pessoa sente e fazê-la feliz
– Ele ou ela fazem você querer ser alguém melhor e construir um projeto de vida
juntos
– Você tem vontade de conhecer família e amigos da outra pessoa” Ana Freitas
Então, alguém é capaz de contestar as afirmações dessa psicóloga
americana?
Assunto interessante e verdadeiro. Hoje realmente isso começa fazer mais sentido, na minha vida. Entender essas questões.
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