O golpe foi bem orquestrado, mas como toda mentira deixou falhas.
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Dos inúmeros artigos que vi e li desde ontem sobre a derrubada da Dilma “O cinismo do golpe” da Marcia Tiburi foi, sem dúvida, o melhor. Agora eu pergunto: se fomos “manipulados e aviltados” e se somos “dóceis” como denunciou a filósofa, quem se deixou manipular e aviltar? Quem permaneceu dócil diante dos abusos, manipulações e injustiças cometidos contra nós? Até quando permitiremos que esses descalabros éticos e políticos aconteçam diante de nossos olhos esgazeados? O Brasil não pode mais se dá ao luxo de ser uma colônia rural de países desenvolvidos e imperialistas! Somos grandes demais para sermos eternamente explorados! Mas como mudar a mentalidade de pessoas (leia-se a elite política e econômica do país) que só pensam em si mesmas? E como abrir os olhos do povo e libertá-lo de sua própria “servidão voluntária”? Quem pagará o preço das péssimas escolhas? Como dizia Renato Russo: “Reconheço meu pesar quando tudo é traição.”. Mas eu penso que o auto-respeito, coragem e atitude fornecem frutos melhores do que a submissão, autopiedade e inércia. Precisamos lutar. Lutar pela democracia. Lutar pela cidadania. Lutar pela justiça social. Lutar pela dignidade da pessoa humana. Lutar pela igualdade real. Lutar pelo respeito aos nossos direitos. Lutar contra a peste política da corrupção. Lutar por um país mais justo, ético e solidário. No ninho de dragões da política é preciso superar o lema dos mestres da humanidade: “Tudo para mim, nada para os outros.” Substituí-lo por: tudo para todos. Mas como? Bem, se eu pretendo mudar o mundo primeiro devo mudar a mim mesmo.
Eu não acredito em “crise de consciência” do Senado em relação a poupar a Dilma da inelegibilidade. Você acredita? Oh, uma alma melhor do que a minha. É tudo um jogo. No xadrez político o pêndulo do poder oscila ora para a esquerda, ora para a direita... A vida é uma caixinha de surpresas, mas pelo tom tirânico que o presidente Temer abriu seu discurso... Não sou um ressentido vingativo. Em tudo que julgo eu me pergunto como os cientistas “E se eu estiver errado?” Se eu estiver errado em relação ao Temer nada lamentarei. Eu quero o melhor para o Brasil. Mas eu não acredito mais no Brasil.
Obs.: Us and them sempre foi uma das minhas canções favoritas com uma melodia que é uma das mais lindas e melancólicas de todos os tempos. É simplesmente apaixonante.
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“Livrar a mente da presunção” Johnson