
FREUD E A FAMÍLIA
Segundo Harold Bloom “Freud
é, antes de tudo, um poeta.” Ou seja, um grande artista da palavra. De fato, seu
modo de verbalizar a observação da experiência humana é único e imortal. Abaixo:
três trechos célebres da obra freudiana que servem de epígrafes para nossas
vidas difíceis, mas passíveis de transformação e de redenção, se quisermos:
“As
desavenças entre os pais ou seu casamento infeliz condicionam a mais grave
predisposição para o desenvolvimento sexual perturbado ou o adoecimento
neurótico dos filhos.” Freud, Três ensaios sobre a sexualidade*
“Um
egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, em última instância,
precisamos amar para não adoecer, e estamos destinados a cair doentes se, em
conseqüência da frustração, formos impedidos de amar.” Freud, Sobre o narcisismo: uma introdução
“O amar em si, na
medida em que envolva anelo e privação, reduz a auto-estima, ao passo que ser
amado, ser correspondido no amor, e possuir o objeto amado, eleva-a mais uma
vez.” Freud, Ibidem
*Referente à primeira
citação acima resta claro que o melhor que uma pessoa faz por si mesma e pelos
seus filhos é não submetê-los as desavenças de um casamento infeliz. O
fundamento de uma família é o amor e não as aparências. O ideal é que os pais
se amem, mas quando isso não é possível é muito melhor para os filhos ter dois
pais separados que se respeitam ou que não estão em permanente conflito do que
ter um casal de pais que vivem num verdadeiro inferno doméstico porque não se amam
ou são infelizes pela mera incompatibilidade de personalidades e contaminam
inevitavelmente seus filhos com essa relação radioativa. (Quando há amor nada
precisa ser forçado.)
A criação ideal de uma
criança é feita por um casal que se ama e se respeita. Tudo é uma questão de
sensibilidade, sabedoria e bom senso. Afinal, quem colocaria a saúde mental dos
próprios filhos em risco por uma relação fadada ao fracasso, sem amor? Quem não
deseja dar aos seus filhos uma família feliz? Quando uma pessoa insiste em
manter uma relação radioativa por alegar amar o conjugue é sinal de que pensa
apenas em si mesmo e não no bem-estar de seus filhos. Uma mudança de
mentalidade levaria a uma mudança de postura por parte dos pais ou do conjugue
obcecado e impenitente.
Nota final: Freud
dissecou a alma humana como nenhum outro. Sua lição é clara: “Precisamos amar
para não adoecer.” Agora prestem bastante atenção na imagem acima. Será que é isso
que desejamos para nossos filhos, afilhados ou sobrinhos? Os filhos devem
encontrar nos pais um modelo de amor, respeito, gentileza e integridade. É errado
tentar dizer às pessoas o que fazer de suas vidas, pois elas não nos pertencem.
E assim como nós escolhemos o nosso caminho elas têm o direito de escolher o
delas. Todas as famílias deviam ser formadas com fundamento no amor recíproco e
ético.
“Quando
a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.”
Freud
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