“Eis-me, lânguida e nua,/ para a volúpia tua” Gilka Machado (Obrigado, querida. Prometo aproveitar.)
DO SÉRGIO RODRIGUES
Querida leitora, essa semana tive a surpreendente felicidade de descobrir um excelente blog de critica literária, o Todoprosa. Deixei um recado em sua caixa de comentários dizendo que me sentia diante de sua literatura “Um adolescente com a primeira namorada gostosa e safada.”, após devorar 10 post consecutivos do escritor. Ele agradeceu gentilmente e desejou a perpetuidade de meu interesse referente ao site. Drummond dizia que escritores escrevem para escritores. A sentença é pesada, principalmente porque dita a sério. Mas você tem todo o direito de discordar. Então, se assim como eu você ama ou está começando a se apaixonar pelas letras (além das leis, é claro), é hora de conhecer um escritor profissional de nascença e não amador e por acaso como nós. Uma mão forte de Minas com intimidade intensa com as palavras como não faltam nem sobejam sublimes exemplos na terra do Poeta Maior. Não deixe de apreciá-lo. Vale à pena. Para minha querida leitora escritora imagino que sua leitura será particularmente prazerosa: http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/
"Então, se o sol reaparece, tudo logo se desfaz, o brilhante aparelho evapora: choveu." Francis Ponge, Chuva
DO MAL DA CHUVA
As centelhas de chuva destroem o silêncio na noite insaciável... Nunca me esquecerei da noite em que um jovem vizinho de 21 anos perdeu tragicamente a vida num acidente de moto. Não foi uma morte instantânea. Ele resistiu, os médicos tentaram em vão salvá-lo. Sua pobre irmã mais nova ficou alojada na casa do vizinho (contígua a minha casa) enquanto os pais e os irmãos mais velhos aguardavam no hospital por um milagre divino. Eu tinha visto no telejornal local a noticia do acidente e ainda me lembro da fala da repórter "O motoqueiro foi levado para o hospital as pressas, mas havia muito sangue na pista..." Dilacerantes, enlouquecedores, indescritíveis, aqueles gritos de dor e desespero que me despertaram violentamente de meu sono profundo, na mais funda noite do Vale. Eram da irmã, após a informaçao do óbito de seu irmão. Imagino, pois não tive coragem de me levantar da cama e ir observar atrás da janela como talvez fosse humanamente compreensível fazer, que ela andasse em círculos na geografia da rua entre a casa do vizinho e a minha; o som inconsolável do agudo lamento ia e vinha, aumentando e diminuindo... Senti-me Kafka “Aquilo me causava um mal interior...”. Os gritos não paravam e eu sufoquei com as mãos os meus ouvidos como quando era criança e meus pais brigavam. Eu não sou Nabokov. Eu sinto muito, garoto. Repouse pacificamente, para sempre.
“Quero viver como se meu tempo fosse ilimitado. Quero me recolher, me retirar das ocupações efêmeras. Mas ouço vozes, vozes benevolentes, passos que se aproximam e minhas portas se abrem...” Rilke
“Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...”
Legião Urbana, Quando Você Voltar
Um beijo do observador. Cuide-se, querida leitora.
Por: Thiago Castilho
My dear Observer... Estava pensando agora como as tuas postagens me são perturbadoras... gosto disso. Essa ficou particularmente especial. Kisses, my dear!
ResponderExcluir'escritores escrevem para escritores' fato!
ResponderExcluirAgora vou escutar Legião Urbana,sabe...
Um beijo,
Mih
Ah, Legião... Trilha sonora da minha adolescência.
ResponderExcluirboa dica, observador. um beijo pra ti e bom filme. me diz o que achou depois, ok? té.
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